terça-feira, 20 de julho de 2010

Eros

o equilíbrio
distante
no silêncio
quase o toco
com mãos de Baco
e fogo retínico de Apolo
distante
um negrume em meu deserto
floresce
e na moldura dos dias
esvai-se
lento
dizer adeus – é abortar
o mundo das entranhas
os seios
frêmitos
implodem libélulas
no turbilhão que é lírico
no perfume


que em ti
é ilusão
e desejo
da alma que é frágil
e é luz no espelho
um rio
distante
deságua em mim
onomatopéias do que é cheio
e vazio
convém te amar
nessa clareza rouca
nesse canto radioso
que murmura e transcende
é renúncia
e condição
da minha procura

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